segunda-feira, 23 de abril de 2018

Efeitos da aplicação de ocitocina na lactação ovinos

Lázaro Henrique da Silva

    A ocitocina é um hormônio proteico formado no núcleo do hipotálamo e armazenado na neurohipófise, é liberado após o animal sofrer algum estímulo, este hormônio, além de outras funções, age na liberação do leite após provocar contrações nas células mioepiteliais nos tetos. Objetivou-se revisar sobre a aplicação de ocitocina em ovinos e suas consequências no leite produzido. Leal et al (2013) em seu trabalho objetivaram avaliar a influência da aplicação de ocitocina na produção de leite ovino e caprino utilizando ordenha mecânica e ordenha manual, para tal foi realizado um delineamento em quadrado latino com 8 cabras da raça Pardo Alpino e 8 ovelhas da raça Bergamácia, foi relatado que a média de produção dos caprinos não diferiu estatisticamente (P>0,05) com ou sem aplicação de ocitocina, ao contrário do leite ovino que teve um acréscimo de 45% na produção diária de leite quando os animais recebiam ocitocina, esta diferença entre as espécies era esperada uma vez que a morfologia do teto ovino leva a um maior acumulo de leite na região alveolar e menor na cisterna quando comparado aos caprinos que acumula mais leite nas cisternas, não foi observado diferença estatística (P>0,05) entre os métodos de ordenha. Ribeiro et al (2007) em seu trabalho com ovelhas Santa Inês, distribuídas ao acaso em dois tratamentos: ordenha com aplicação de 3UI de ocitocina e ordenha sem aplicação de ocitocina, verificou uma maior produção máxima, maior média total, maior média de produção até o 133º dia de lactação e maior produção até o 133º dia de lactação quando os animais recebiam ocitocina, ao mesmo tempo não foi observado diferença estatística (P>0,05) para a duração da lactação bem como para a produção total, este trabalho também verificou que o leite das ovelhas tratadas com ocitocina foi superior ao leite das ovelhas não tratadas, pois possuíam maior teor e produção de gordura, maior teor e produção de sólidos totais, maior teor e produção de sólidos desengordurados, reforçando que a ocitocina auxilia na liberação da gordura e demais sólidos totais da região alveolar, segundo Labussière apud Ribeiro (2007) “Aproximadamente 75% da gordura secretada no leite permanece na fração alveolar, essa gordura só é obtida sob efeito da ocitocina.”. Ribeiro et al (2004) objetivaram em seu trabalho avaliar qual dose de ocitocina é mais efetiva na produção e qualidade do leite ovino, para tal os animais foram tratados com doses variando em 1,0 e 5,0 UI em um delineamento em quadrado latino com ovelhas da raça Hampshire Down, neste experimento não foi observado diferença estatística  (P>0,05) entre as doses aplicadas, de mesmo modo o autor não encontrou diferença estatística (P>0,05) para a composição do leite nas diferentes doses, sendo portanto recomendado a aplicação de 1UI. Vale considerar que os experimentos foram para fins teóricos e que a aplicação constante de ocitocina fere duas das 5 liberdades propostas pela Farm Animal Welfare Council - FAWC, em 1993 aonde é dito que o animal deve ser livre de dor, lesão e doenças além de ser livre de medo e estresse. Conclui-se que a aplicação de ocitocina surte efeito positivo sobre a produção e qualidade do leite ovino, uma dose pequena deste hormônio é o suficiente sendo desperdício de recursos aplicar doses elevadas. 




Referências Bibliográficas:    
LEAL, Natalia Santos et al. Influência da aplicação de ocitocina e do método de ordenha sobre a produção de leite em cabras e ovelhas. Synergismus scyentifica UTFPR, Pato Branco, PR, v.8, n.2, 2013. Disponível em <http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/SysScy/issue/view/91>. Acesso em: 20 Mar. 2018. 

RIBEIRO, Edson Luis de Azambuja et al. Uso da Ocitocina na Estimativa de Produção e Composição do Leite de Ovelhas Hampshire Down. R. Bras. Zootecnia, Viçosa, MG, v.33, n.6 (Supl.1), p.1833-1838, Dez. 2004. 

RIBEIRO, Louiziane Carvalho et al. Produção, composição e rendimento em queijo do leite de ovelhas Santa Inês tratadas com ocitocina. R. Bras. Zootecnia, Viçosa, MG, v.36, n.2, p.438-444, Mar./Abr. 2007.