segunda-feira, 30 de maio de 2016

Comportamento ingestivo de ovinos em pastagem de tifton-85 (Cynodon ssp) na Região Nordeste do Brasil

Por Renan de Oliveira Sousa

                     Nesta postagem discutirei o trabalho “Comportamento ingestivo de ovinos em pastagem de tifton-85 (Cynodon ssp) na Região Nordeste do Brasil”, trabalho este realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa e também Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada no Nordeste brasileiro em uma propriedade localizada a 45km do município de Teresina-PI e foi publicado em 2007.
          O trabalho se mostra muito interessante por diversos aspectos, e traz informações importantíssimas aos produtores como podemos pontuar:
  1. A avaliação do hábito alimentar de ovinos Santa Inês de diferentes idades.
  2. Influência de alguns fatores climáticos no hábito alimentar destes animais.
               Objetivou-se com esse trabalho avaliar o hábito de pastejo de ovinos de três categorias de animais da raça Santa Inês (borregos, borregas e ovelhas). O período experimental teve duração de 40 dias, sendo 25 dias destinados à adaptação dos animais e 15 dias para avaliações dos hábitos de pastejo dos mesmos.
       O sistema de pastejo escolhido foi o sistema de pastejo de lotação contínua, com taxa de lotação variável. Ou seja, os animais foram mantidos durante todo o período no mesmo piquete, variando-se a quantidade de cabeças em função da disponibilidade de forragem. Esse manejo foi adotado a fim de manter as alturas dos pastos em 30 cm. Durante os 15 dias de avaliações foram feitas três avaliações com duração de 12 horas cada, e durante a noite os animais eram mantidos em abrigos seguindo exemplos de manejo já adotados por produtores da região.
           Os pesquisadores concluíram que ovelhas e borregos passam maior parte do tempo em pastejo quando comparados a borregas. As ovelhas apresentaram menor taxa de bocado (quantidade de bocados em 1 minuto), evidenciando a maior capacidade de seleção dessa classe, além de que os resultados mostram que a restrição alimentar dos animais no período noturno deve ser associado a um manejo de suplementação.
   Com posse dessas informações disponibilizadas pelos pesquisadores, criadores podem adequar seus sistemas de produção a fim de conseguir um melhor aproveitamento das suas pastagens para os animais da espécie ovina, visto que conhecendo seus hábitos de pastejo, conhecimento dos horários de concentração de pastejo o produtor pode adequar seu sistema a fim de maximizar sua produtividade e propiciar um melhor bem-estar para os animais.

Artigo resenhado:
PARENTE, H. N.; ZANINE, A. M.; SANTOS, E. M.; JESUS, D. J.; OLIVEIRA, J. S. de. Comportamento ingestivo de ovinos em pastagem de tifton-85. Revista Ciência Agronômica, 38, 210-215, 2007.

Este artigo pode ser acessado na íntegra através do link:
http://www.ccarevista.ufc.br/seer/index.php/ccarevista/article/view/140





Mercado do leite de cabra e seus derivados

Por Aline Gonçalves Silva

                    Nesta postagem apresentaremos o trabalho intitulado “Mercado do leite de cabra e seus derivados” realizado pelo médico veterinário Paulo Roberto Celles Cordeiro. O artigo teve como objetivo fornecer informações do panorama do país a respeito da produção e comercialização de produtos de origem caprina.
                 De acordo com o autor a produção de caprinos está ligada ao homem desde o início da civilização, sendo esta espécie animal de fundamental importância para suprir as necessidades da população fornecendo leite, carne e pele principalmente para regiões onde os recursos naturais (solo, água, forragem) estão pouco disponibilizados.
                A região Nordeste detém cerca de 92% do rebanho caprino brasileiro, e até 1988 no Brasil não havia nenhuma comercialização legalizada de leite caprino no Brasil, sendo a maioria da produção vendida de forma clandestina. Recentemente iniciou-se um sistema organizado de aquisição, industrialização e distribuição para auxiliar o produtor na produção e aumentar o interesse da população em consumir produtos de origem caprina.
                   O leite de cabra no Brasil vem aos poucos conquistando o mercado fornecendo inúmeros produtos tais como: leite na forma pasteurizada, congelada e em pó e também produtos lácteos industrializados dentre os mais frequentes estão os queijos (frescal, boursin, moleson, chevrotin, crotin e pirâmide), sorvetes dos mais variados sabores, cosméticos e iogurtes.
              Sabe-se que ainda a maioria da produção é destinada ao mercado clandestino, mas que alguns produtores através de associações vêm tentando reverter esta situação através de programas do governo que incentivem e melhorem a produção embora ainda o caminho seja longo e que um dos maiores entraves para a comercialização é o valor dos preços praticados na venda dos produtos.
              Por fim, o trabalho afirma que é importante lembrar que com o desenvolvimento do rebanho caprino leiteiro, haverá oportunidade de se explorar o mercado de subprodutos como carnes, peles, esterco, etc. diversificando a renda dos produtores.
Fonte: http://www.cpt.com.br/

Fonte: http://www.elo7.com.br/



Artigo resenhado:
CORDEIRO, P.R.C. Mercado do leite de cabra e de seus derivados. Revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária, v. 12, n. 39, 2006.

O artigo pode ser acessado na íntegra através do link:
www.caprileite.com.br/conteudo/download/_MercadodeLeitedeCabraedeseusDerivadosPauloCordeiro_pdf_30082012_163841.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b-ab


  

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Alternativas alimentares para ovinos e caprinos no semiárido brasileiro

Por Liz Cordeiro Vilela Santos      


 A nutrição dos animais durante toda a criação é um fator de grande importância para o desempenho desses animais. Por isso iremos discutir algumas alternativas de alimentos que podem ser oferecidos a caprinos e ovinos em regiões com mais escassez de alimentos através do trabalho de titulo “Alternativas alimentares para ovinos e caprinos no semiárido brasileiro”. Esse trabalho foi publicado na Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável no ano de 2010, com o objetivo de apresentar o uso de alimentos alternativos para a criação de caprinos e ovinos que possam atender as necessidades alimentares do rebanho, melhorando o consumo dos alimentos pelo os animais.
É muito importante discutir sobre alimentos alternativos que podem ser fornecidos aos animais em regiões semiáridas do Brasil, onde muitas vezes a produção e fornecimento de alimentos em quantidade e qualidade representa um dos maiores desafios encontrados pelos produtores. A exploração dessas atividades mesmo com animais como caprinos e ovinos, que são adaptados a esse tipo de ambiente, passa por momentos difíceis. No semiárido, as condições enfrentadas são representadas pela pouca chuva durante todo o ano, o que leva a baixa quantidade de alimentos disponíveis aos animais, o que pode prejudicar a sua produtividade.
No trabalho foram estudados alimentos alternativos da região do Nordeste como os resíduos da fruticultura como o abacaxi, maracujá, melão, acerola e goiaba; os resíduos da indústria como a cana de açúcar, raspas de mandioca, bagana de carnaúba; as plantas da caatinga como o juazeiro, a algaroba, feno de leucena, feno de maniçoba; as cactáceas e bromeliáceas como o xiquexique, mandacaru, macambira e alguns cultivares de palma forrageira. Muitos desses alimentos citados apresentam boa aceitação pelos animais e rápida adaptação que podem contribuir para melhorar o desempenho e a produtividade desses animais.
Os autores do trabalho concluem que o uso de resíduos agroindustriais é uma boa opção para criações devido à facilidade e a quantidade desses alimentos que podem ser encontradas. As plantas nativas possuem custos mais baixos e estão mais disponíveis durante todo o ano. Já as cactáceas e as bromélias podem ser utilizadas como uma última opção entre as citadas, por possuírem baixa quantidade de matéria seca. Mesmo que apresentando bons valores nutritivos, é necessário que se faça o uso conjunto de alguns desses alimentos alternativos e também o uso de suplementos minerais para que todas as necessidades nutricionais dos animais sejam atendidas.


Artigo resenhado:

NOGUEIRA, N.W.; FREITAS, R.M.O.; SARMENTO, J.D.A.; LEAL, C.C.P.; CASTRO, M.P. Alternativas alimentares para ovinos e caprinos no semiárido brasileiro. Revista Verde. v. 5, n. 2, p. 05-12, 2010.

O artigo pode ser acessado na íntegra pelo link:

terça-feira, 17 de maio de 2016

Comportamento de ovinos da raça Santa Inês, de diferentes pelagens, em pastejo


Por Renan de Oliveira Sousa 


            A discussão de hoje é sobre o trabalho “Comportamento de ovinos da raça Santa Inês, de diferentes pelagens, em pastejo” esse trabalho foi realizado por pesquisadores das seguintes instituições: Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Minas Gerais. O trabalho foi publicado pela revista Acta Scientiarum Animal Sciences no ano de 2011 e o trabalho trás informações sobre o comportamento dos animais da raça Santa Inês com diferentes cores de pelagens em condições de pastejo.
            É interessante falarmos deste trabalho, pois a ovinocultura é uma atividade que tem um grande papel social e econômico no Brasil, principalmente no nordeste do país onde está concentrada a maior parte do rebanho de ovinos do país. Além disso, esses animais são em sua maioria criados em sistemas extensivos, ou seja, são expostos cotidianamente a radiação solar em pastagens com pouca área de sombra.
            O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento de ovinos da raça Santa Inês, de diferentes pelagens em condições de pastejo. O experimento foi conduzido na fazenda Riachão, localizada no agreste pernambucano, no município de Sairé. O clima da região é considerado do tipo seco sub-úmido.
            Foram utilizadas 21 borregas da raça Santa Inês, sendo 7 de cada uma das pelagens preta, castanha e branca, com peso inicial semelhante. Esses animais foram criados em um piquete de 3 hectares, com taxa de lotação de 7 cabeças por hectare, com sombra natural e açudes disponíveis. Foram realizadas observações periódicas do comportamento dos animais em pastejo durante o período diurno.
            Ao fim do experimento os pesquisadores concluíram que a sombra proporcionada pelas árvores reduziu a carga térmica radiante, e por isso foi buscada pelos animais. Concluíram também que na raça Santa Inês, adaptada às condições de calor, a cor do pelo não foi uma característica determinante para diferenças de adaptabilidade ou mudança de comportamento dos animais sob estresse por calor. No entanto, para todas as cores de pelagem, o fator temperatura máxima influenciou a busca pela sombra e pela fonte de água.
Ou seja, esse estudo serve para chamar atenção dos criadores para a importância que deve ser dada aos animais com relação a propiciar a eles um ambiente favorável, que amenize o estresse térmico sofrido pelo animal para garantir assim um melhor bem-estar e consequentemente aumentar o potencial produtivo do rebanho, visto que a temperatura influencia em vários aspectos comportamentais do animal, mesmo em raças adaptadas a condições tropicais.

Fonte: http://www.cabraeovelha.com.br/

Artigo resenhado:
SANTOS, M.M. DOS; AZEVEDO, M. DE; COSTA, L.A.B. DA; SILVA FILHO, F.P.; MODESTO, E.C.; LANA, A.M.Q. Comportamento de ovinos da raça Santa Inês, de diferentes pelagens, em pastejo. Acta Scientiarum, Animal Sciences, v. 33, n. 3, p. 287-294, 2011.

O trabalho pode ser acessado na íntegra pelo link:

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ceratoconjuntivite Infecciosa em Caprinos e Ovinos

Por Juliana Izidoro Lucas

A ceratoconjuntivite infecciosa está entre as enfermidades com maior ocorrência nos rebanhos de caprinos e ovinos, sendo a doença ocular mais comum em ruminantes. Está intimamente ligada ao manejo sanitário, pelo caráter contagioso, ou seja, é transmitida de animais doentes para sadios, aumentando o número de animais acometidos em um curto espaço de tempo.
O artigo utilizado como referência para essa postagem é intitulado “Surto de ceratoconjuntivite infecciosa em ovinos causada por Moraxella spp. No estado de Goiás, Brasil”. Foi realizado por Nilo Sérgio Troncoso Chaves, Aline Maria Vasconcelos Lima e Andréia Vítor Couto Amaral e publicado na revista Ciência Animal Brasileira, em 2008.
Também chamada de doença de New Forest e olho rosado (Pink eye), a ceratoconjuntivite infecciosa (CCI) é causada pela Moraxella spp, uma bactéria gram-negativa que tem capacidade de aderir à córnea do animal gerando necrose nos tecidos (epitélio e estroma) através de dermonecrolisinas, hemolisinas e colagenases inflamatórias. No entanto, outros agentes infecciosos foram relatados em estudos epidemiológicos como causadores da CCI, como Mycoplasma conjunctivae, Neisseria ovis e Chlamydia psittaci, sugerindo infecções mistas.
Nos aspecto epidemiológico, a doença apresenta distribuição cosmopolita , ou seja, é muito comum em diferentes regiões e ambientes. É de ocorrência sazonal, com maior frequência de casos no verão por aumento das chuvas e consequente proliferação de moscas. Isto ocorre porque a transmissão está relacionada a moscas ou outros insetos que pousam nas secreções oculares dos animais doentes e carregam o agente para outros animais, assim como contato direto dos animais enfermos com os sadios, fômites e mãos de tratadores contaminados.
De acordo com o trabalho, alguns fatores predisponentes, tais como poeira, gravetos, forragem seca, vento e luz ultravioleta, podem causar lesões superficiais nos olhos dos animais e abrir caminho para o processo infeccioso se iniciar. Os sinais clínicos observados são: reação inflamatória aguda da conjuntiva, hiperemia (vermelhidão) da esclera, lacrimejamento, fotofobia e secreção ocular, que podem evoluir para opacidade e até ulceração de córnea. A CCI acomete os ruminantes de forma geral, sem restrição de raça, sexo ou idade, porém os grupos mais susceptíveis são os de animais jovens ou idosos.
O tratamento recomendado envolve isolamento dos animais infectados em um ambiente com pouca luz, repouso e alimentação adequada. A utilização de medicamentos como antitérmicos, antissépticos para limpeza ocular, e antibióticos locais em forma de colírios ou pomadas, é recomendada. Na prevenção da enfermidade podem ser utilizadas vacinas comerciais disponíveis e combate aos vetores (moscas e outros insetos).
Para os autores, as perdas econômicas resultantes da doença são, principalmente, perda de peso, custos com medicamento e manejo diferencial dos animais doentes durante o tempo de tratamento.
 
Fonte: http://www.milkpoint.com.br/

Fonte: http://www.milkpoint.com.br/

Artigo resenhado:
CHAVES, N.S.T; LIMA, A.M.V; AMARAL, A.V.C. Surto de ceratoconjuntivite infecciosa em ovinos causada por Moraxella spp. no estado de Goiás, Brasil. Revista Ciência Animal Brasileira, v.9, n.1, p. 256-261, 2008.

O artigo pode ser acessado na íntegra pelo link: https://revistas.ufg.emnuvens.com.br/vet/article/view/3695


Posicionamento do consumidor frente ao consumo de leite de cabra e seus derivados na cidade de Natal-RN

Por Aline Gonçalves Silva
 
Fonte: http://www.cpt.com.br/
Nesta postagem discutiremos sobre o artigo científico de títuloPosicionamento do consumidor frente ao consumo de leite de cabra e seus derivados na cidade de Natal-RN realizado pelo setor de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelos pesquisadores Roberta Targino Pinto Correia e Kátia Cristina Borges. A pesquisa teve como objetivo avaliar o posicionamento do consumidor em Natal, Rio Grande do Norte, quanto ao possível consumo do leite de cabra e derivados, tendo em vista a quase inexistência de trabalhos abordando esse aspecto.
O trabalho foi realizado em uma região do Nordeste onde grande parte do rebanho caprino se concentra, caracterizando-se como uma atividade extensiva e com baixo nível tecnológico.
O estudo foi realizado através de questionário estruturado incluindo variáveis consideradas importantes na decisão de compra ou rejeição de produtos caprinos. A pesquisa foi realizada com 400 indivíduos abordados aleatoriamente na capital. O questionário era composto por 15 perguntas divididas entre conhecimento do mercado, conhecimento nutricional, atitude, comportamento e perfil do consumidor.
Os resultados da entrevista apontam para o desconhecimento sobre a qualidade nutricional do leite de cabra por parte dos entrevistados na pesquisa. Os aspectos sensoriais odor e sabor, além da confiabilidade no produto estão entre os elementos considerados na decisão de não comprar o leite caprino, ao passo que o potencial benéfico à saúde é apontado como um dos parâmetros importantes para a compra do leite.
Por fim, os resultados obtidos na pesquisa foram influenciados por características próprias da cultura e comportamento da população da área entrevistada no período abordado. Os autores ressaltam que seria necessária a condução de pesquisas em outras regiões do Brasil para que se tenha melhor compreensão do perfil do consumidor, bem como o levantamento das questões importantes relacionadas ao consumo e possíveis dificuldades para a comercialização desse tipo de leite e de seus derivados no país.
Fonte: http://www.ideiasdenegocios.com.br/

Artigo resenhado: CORREIA, R.T.P.; BORGES, K.C. Posicionamento do consumidor frente ao consumo de leite de cabra e seus derivados na cidade de Natal-RN. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.64, n.366, p.36-43, 2009.



O artigo completo pode ser acessado pelo link:
http://www.revistadoilct.com.br/rilct/article/view/73

          


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Padronização e qualidade da carne na ovinocultura: a capacitação como mecanismo de competitividade frente às demandas de mercado


Por Luany Abadia Cavalcante de Sousa

Este post apresenta o trabalho “Padronização e qualidade da carne na ovinocultura: a capacitação como mecanismo de competitividade frente às demandas de mercado”. Ele foi realizado por Giovana Furquim, Maria Izabel Merino de Medeiros, Matheus Yalenti Perosa e Antônio Carlos Stein e apresentado no 43º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, em 2005.
O trabalho foi realizado junto a grupos de ovinocultores do estado de São Paulo, e teve como objetivo analisar a capacitação de núcleos de criadores de ovinos como mecanismo para a padronização e qualidade na produção de carne de cordeiro.
As motivações para o estudo foram contribuir para a organização social nos núcleos de produtores de ovinos, sensibilizar grupos de produtores para a padronização e qualidade de carne, organizar demandas nos núcleos e associações de produtores de ovinos e planejar estrategicamente ações, buscando alternativas para a produção padronizada e com qualidade, além da comercialização em grupo.
A partir das demandas dos grupos, os pesquisadores auxiliaram na organização dos núcleos de criadores e promoveram a capacitação técnica dos membros, com treinamentos, oficinas, cursos, visitas, entre outros. Os principais resultados do trabalho consistiram na quantidade de produtores que alcançaram níveis interessantes de qualidade das carcaças, atendendo as exigências do mercado consumidor. Mesmo após o estudo, os participantes seguiram aprimorando suas técnicas de criação e terminação, de forma que o processo de melhora não foi interrompido.
O trabalho demonstra que a necessidade dos ovinocultores por capacitação é muito grande, que introduz novos conhecimentos, habilidades e atitudes no meio rural, pois não há um planejamento de mercado e isso faz com que os mesmos fiquem à mercê de atravessadores. Em relação aos abates, eles eram realizados pelos participantes do estudo de duas maneiras. Em frigoríficos ou matadouros que possuem inspeção sanitária, ou de maneira clandestina, que é muito comum e realizado em locais incertos. Através da melhoria de qualidade do cordeiro produzido, os criadores passaram a ter acesso ao mercado formal, do qual antes não conseguiam participar.
As conclusões do estudo foram que a capacitação acarretou melhorias tanto na padronização quanto na qualidade da carne ovina e também positivos no processo de conscientização dos ovinocultores sobre sua inserção em cadeias produtivas, melhorando as perspectivas de integração e coordenação das mesmas.
Fonte: www.cabraeovelha.com.br


Fonte: www.cabraeovelha.com.br

Artigo resenhado:

FURQUIM, G.; MEDEIROS M. I. M.; PEROSA, M. Y. e STEIN, A. C. Padronização e qualidade da carne na ovinocultura: a capacitação como mecanismo de competitividade frente às demandas de mercado. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 43, 2005. Anais... SOBER, Ribeirão Preto, 2005.


Para acessar o trabalho na íntegra, utilize o link: www.sober.org.br/palestra/2/862.pdf

Desempenho reprodutivo de ovelhas submetidas a diferentes formas de suplementação alimentar antes e durante a estação de monta

Por Arthur Peixoto Medeiros

O artigo resenhado que iremos abordar foi publicado na Revista Brasileira de Zootecnia, no ano de 2006, elaborado por cinco autores brasileiros da Universidade Estadual de Londrina, cujo tema é “Desempenho reprodutivo de ovelhas submetidas a diferentes formas de suplementação alimentar antes e durante a estação de monta”.
A tendência mundial e brasileira é que cada dia mais os produtores rurais nas mais distintas cadeias produtivas sejam pressionados a produzir mais e reduzir custos, objetivando lucros para se manter nesse mercado tão seletivo. E na área de Ovinocultura não é diferente, principalmente na produção de carne e até mesmo leiteira, os pecuaristas necessitam implementar técnicas que visem, por exemplo, maior número de cordeiros por fêmea (Prolificidade) e reduzir os índices de mortalidade. A técnica de Flushing alimentar pode ser uma ferramenta importante na melhoria desses índices zootécnicos.
O Flushing alimentar trata-se de um manejo nutricional em que fornece um suplemento, por exemplo, concentrado, onde o mesmo poderá influenciar de forma positiva, no aumento da taxa de ovulação e também na fixação embrionária no útero.
    No presente trabalho, realizado na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina, em Londrina, Paraná, visou-se avaliar os índices reprodutivos de um grupo de 112 ovelhas, com faixa etárias baseada no número de dentes (4,6 e 8 dentes) e também divididas de acordo com suas raças (as raças trabalhadas foram Corriedale, Hampshire Down, Ile de France e Suffolk.). As mesmas foram submetidas a três tratamentos distintos, sendo T1 o grupo sem suplementação alimentar, o T2 recebendo 600g/dia de milho triturado, e o T3 com concentrado de 75% de milho triturado e 25% de farelo de soja. O estudo durou por dois anos (2001e 2002), tendo assim dois lotes de animais estudados.
A suplementação nutricional foi fornecida por 60 dias, iniciando 15 dias antes do período de monta. Foram avaliados o ECC (Escore de Condição Corporal) e peso das ovelhas no início do tratamento, no início e fim do período de acasalamento, e também no período do parto, além do número de cordeiros nascidos.
Observou-se que os animais do T2 e T3 só tiveram sua média de peso superior do T1 no final do período de monta, e este manteve seu peso constante até o parto, enquanto os demais tiveram uma ligeira queda no peso corpóreo entre o final do período reprodutivo e o parto. Outro fato de destaque é que ovelhas de 8 dentes tiveram durante todo o estudo a média de peso corporal superior em relação às de 4 e 6 dentes, tal fato pode ser explicado por estas estarem em período de crescimento e desenvolvimento.
Ovelhas das raças Ile de France e Corriedale tiveram pesos semelhante durante o decorrer da pesquisa, e foram inferiores ao das ovelhas Suffolk, que tiveram sua média de peso maior que todos, exceto quanto ao peso ao parto, onde as Hampshire Down foram superiores. De um ano para o outro o único quesito em que não houve diferenças significativas no ganho de peso foi no período de parto. Animais com gestação gemelar tiveram perca de peso entre a estação de acasalamento e o parto, evidenciando um déficit nutricional neste período. As ovelhas do T2 tiveram a taxa de natalidade maior que os demais tratamentos. Ovelhas de 8 dentes também tiveram maior porcentagem de partos gemelares, aumentando assim a taxa de natalidade. Na raça Corriedale, 100% dos animais pariram, tal fato pode ser explicado pela heterose no embrião proveniente do acasalamento com macho Texel, seguida dela 56% das Hampshire Down procriaram, enquanto que Ile de France e Suffolk tiveram 19% e 12% de ovelhas paridas, respectivamente.
A conclusão do estudo foi que a idade e a raça são fatores importantes quando analisamos índices reprodutivos em ovinos, e que nesse estudo o tratamento com somente milho triturado se sobressaiu aos demais.
Artigo resenhado:

MORI, R.M; RIBEIRO, E.L.A.; MIZUBUTI, I.Y., ROCHA, M.A. da; FERREIRA DA SILVA, L.D. Desempenho reprodutivo de ovelhas submetidas a diferentes formas de suplementação alimentar antes e durante a estação de monta. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p.1122-1128, 2006.


O artigo completo pode ser acessado em: https://www.researchgate.net/profile/Edson_Ribeiro3/publication/250039426_Desempenho_reprodutivo_de_ovelhas_submetidas_a_diferentes_formas_de_suplementao_alimentar_antes_e_durante_a_estao_de_monta/links/5477144b0cf245eb43729c9d.pdf

Perfil da ovinocultura de lã e carne do Rio Grande do Sul e seus desafios para o futuro

Por Luany Abadia Cavalcante de Sousa
Fonte: www.http://ndonline.com.br/ Fotos Rogério Souza Jr


O trabalho trazido nesta postagem para discussão é intitulado “Perfil da ovinocultura de lã e carne do Rio Grande do Sul e seus desafios para o futuro”. Ele foi realizado por Roberta Calvete e Luis Humberto Villwock e foi apresentado no XLV congresso da SOBER (Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural), “Conhecimentos para Agricultura do Futuro. O trabalho teve como objetivos: verificar como é o perfil do produtor ovino no estado, sua interação com as indústrias de beneficiamento da lã e de industrialização da carne, caracterizar o mercado e a comercialização do setor ovino no Rio Grande do Sul, avaliar as estratégias comerciais que estão sendo adotadas e descrever a forma de relacionamento entre produtores e os demais agentes desta cadeia produtiva.
           É uma pesquisa exploratória, que propõe uma compreensão do posicionamento do produtor a partir da visão dos principais agentes do setor de ovinocultura do Rio Grande do Sul (pecuaristas, técnicos da área, representantes de indústrias processadoras de carne e de lã e representantes do governo). Esse estudo teve duas etapas. A primeira foi uma pesquisa bibliográfica, com coleta de dados referentes à estrutura produtiva, situação geográfica e econômica, principais mudanças que vêm ocorrendo, tanto no aspecto de inovações tecnológicas, como na situação social, e de perspectivas futuras, junto ao setor de ovinocultura. Na segunda etapa foram realizadas entrevistas com os agentes representativos do setor.
Os autores concluíram que, mesmo a ovinocultura sendo uma atividade de forte tradição gaúcha, ela apresenta uma situação difícil no estado, pois há uma desorganização na cadeia produtiva, falta de mão de obra qualificada, e de envolvimento do produtor com a atividade ovina.
O aparecimento das fibras sintéticas e artificiais e a resistência do povo brasileiro a respeito da utilização da lã em todas as estações do ano, são considerados grandes empecilhos para o desenvolvimento dessa atividade no local.
Por fim, os autores indicam que a atividade de produção de ovinos deve deixar de ser restrita às áreas de produção do estado, e integrar-se com os demais segmentos. Recomendam também que deve haver mais estudos e pesquisas a respeito do tema, para que se tenha uma quantidade maior de informações sobre a cadeia produtiva.

Artigo resenhado:

CALVETE, R.; VILLWOCK, L.H. Perfil da ovinocultura de lã e carne do Rio Grande do Sul e seus desafios para o futuro. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 45, 2007. Anais... SOBER, Londrina, 2007

O artigo pode ser acessado na íntegra pelo link: www.sober.org.br/palestra/6/642.pdf





Fonte: www.cabraeovelha.com.br



Ectima Contagioso (Dermatite pustular contagiosa ou boqueira)

Por Juliana Izidoro Lucas

Nessa postagem será resenhada parte do artigo “Enfermidades Infecciosas de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos Econômicos, Prevenção e Controle: Uma Revisão”, que relata o Ectima Contagioso também conhecido como dermatite pustular contagiosa ou boqueira.
            A doença é causada por um DNA vírus da família Roxviridae do gênero Parapoxvírus, que acomete caprinos e ovinos, podendo afetar o homem, quando em contato com animais infectados. A faixa etária de animais com maior susceptibilidade está entre 3 a 6 meses de idade, porém já foram relatados casos de infecções em animais mais novos (10-12 dias) e animais adultos.
            De acordo com o trabalho, as principais formas de transmissão da enfermidade ocorrem através do contato direto ou indireto por objetos ou pastagens contaminadas, do animal com o agente causador, que pode permanecer infectante nestes locais de um ano para outro. Isso justifica novas ocorrências do ectima contagioso em algumas propriedades todos os anos. Um fator importante é a alta concentração de animais no mesmo lote, já que as crostas das feridas são infectantes, assim como a presença de animais em estado crônico da doença.
           Os sinais clínicos observados são lesões nas comissuras labiais, e nas faces extremas dos lábios. Em alguns casos, como de mães amamentando cordeiros infectados, poderão ocorrer lesões no úbere e proximidades. E nos casos mais graves, se estender para outras regiões como olhos, narinas, espaços interdigitais e até coroas dos cascos. As lesões no interior da boca do animal trazem como complicação a dificuldade de se alimentar, e a ingestão de saliva com o vírus poderá disseminar as lesões para o aparelho digestivo e pulmões, resultando em óbito.
            O diagnóstico é basicamente clínico, sendo necessária a diferenciação do ectima contagioso com outras doenças, tais como: doenças vesiculares (aftas), febre aftosa do ovino (há elevação de temperatura), e as erupções pustulentas comuns provocadas por estafilococos (ocorrem exclusivamente em fêmeas durante as primeiras semanas que se seguem ao parto).
Para os autores, como medidas preventivas e de controle, se destacam a vacinação (que confere imunidade por toda a vida do animal), especialmente nas fêmeas prenhes antes e depois do parto, isolamento dos animais adquiridos por 2-3 semanas, fornecimento de colostro aos recém-nascidos, limpeza e desinfecção das instalações (fenol a 5%). Como não existe tratamento particular para a doença, utiliza-se solução de permanganato de potássio a 3% ou solução de iodo a 10% com glicerina nas lesões.
           É importante ressaltar o cuidado dos técnicos, tratadores e demais envolvidos no manejo de animais infectados, pois como já dito anteriormente, a doença pode ser transmitida para humanos, manifestando-se como uma erupção cutânea crônica, circunscrita, muito irritante, com tendência à hiperplasia.

Artigo resenhado : 
PINHEIRO, R.Z;  ALVES, F.S.F; ANDRIOLI, A. Enfermidades Infecciosas de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos Econômicos, Prevenção e Controle: Uma Revisão. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 01. n. 01, p. 44 – 66, 2007


O artigo completo poderá ser encontrado no link : https://www.researchgate.net/publication/277235469_Enfermidades_Infeciosas_de_Pequenos_Ruminantes_Epidemiologia_Impactos_Economicos_Prevencao_e_Controle_Uma_Revisao



Sistema agroindustrial da caprinocultura leiteira no estado de Minas Gerais: um estudo multicasos

Por Luany Abadia Cavalcante de Sousa

 Nesta postagem apresentaremos o trabalho “Sistema agroindustrial da caprinocultura leiteira no estado de Minas Gerais: um estudo multicasos” realizado por Luany Abadia Cavalcante de Sousa, que foi tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Uberlândia. 

 O trabalho teve como finalidade caracterizar o sistema agroindustrial (SAG) da caprinocultura leiteira de Minas Gerais, e o mapear o mercado dos produtos desta atividade no estado. Os objetivos foram: i) identificar representantes dos segmentos de produção, beneficiamento e varejo de leite de cabra no referido estado, ii) caracterizar o fluxo de comercialização dos produtos lácteos de origem caprina, bem como de seus coprodutos, e iii) estudar o ambiente organizacional destes atores, identificando oportunidades e ameaças do ambiente externo e forças e fraquezas dos ambientes internos

 O estudo é uma pesquisa descritiva, de caráter principalmente exploratório e qualitativo, realizada por meio de estudo multicasos, ou seja, objetiva o conhecimento aprofundado de uma realidade limitada. A pesquisa foi conduzida em três etapas. A primeira consistiu na identificação, por pesquisa de campo, de um produtor, um beneficiador, e um varejista. Na segunda etapa foram elaborados e aplicados questionários a estas três empresas, para caracterizar o sistema agroindustrial do leite caprino, a comercialização do leite de cabra, seus derivados e coprodutos e o ambiente organizacional em que estão inseridas as empresas. Por fim, os dados foram analisados e discutidos, realizando-se uma análise de SWOT para destacar os pontos fortes e fracos do ambiente interno e as oportunidades e ameaças do ambiente externo. 
 Foram identificados fluxos de reprodutores, leite, cabritos para abate e carne. A quantidade restrita de laticínios e a inexistência de frigoríficos, e o desconhecimento e preconceito do consumidor em relação aos produtos foram apontados como as maiores ameaças para o SAG. Por outro lado, todos os segmentos apontaram que o mercado é favorável, e que os incentivos fiscais e legais adotados pelo governo estadual são realmente benéficos para a atividade. Para contornar as dificuldades, o segmento produtor investiu em eficiência técnica e verticalização, o beneficiador em aproximação com os fornecedores de leite e diversificação de produtos (leite bovino) e o varejista em capacitação da equipe para orientar os clientes sobre os produtos. Minas Gerais tende a exportar produtos primários como leite e cabritos para abate para outros estados e importar produtos processados com maior valor agregado, devido ao pequeno número de indústrias. O SAG da caprinocultura leiteira em Minas Gerais é pouco coordenado e são observados desperdícios devido ao não aproveitamento de produtos como peles e esterco. No entanto, o mercado é promissor para leite, carne e reprodutores caprinos.

Trabalho citado: 

SOUSA, L.A.C. de. Sistema agroindustrial da caprinocultura leiteira no estado de Minas Gerais: um estudo multicasos. Uberlândia, 2015. Monografia (graduação em Zootecnia) – Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade Federal de Uberlândia.
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