Por Juliana Izidoro Lucas
Nessa
postagem será resenhada parte do artigo “Enfermidades Infecciosas de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos
Econômicos, Prevenção e Controle: Uma Revisão”, que relata o Ectima Contagioso
também conhecido como dermatite pustular contagiosa ou boqueira.
A
doença é causada por um DNA
vírus da família Roxviridae do gênero Parapoxvírus, que acomete caprinos e
ovinos, podendo afetar o homem, quando em contato com animais infectados. A
faixa etária de animais com maior susceptibilidade está entre 3 a 6 meses de
idade, porém já foram relatados casos de infecções em animais mais novos (10-12
dias) e animais adultos.
De
acordo com o trabalho, as principais formas de transmissão da enfermidade
ocorrem através do contato direto ou indireto por objetos ou pastagens
contaminadas, do animal com o agente causador, que pode permanecer infectante
nestes locais de um ano para outro. Isso justifica novas ocorrências do ectima
contagioso em algumas propriedades todos os anos. Um fator importante é a alta concentração
de animais no mesmo lote, já que as crostas das feridas são infectantes, assim
como a presença de animais em estado crônico da doença.
Os sinais clínicos observados são
lesões nas comissuras labiais, e nas faces extremas dos lábios. Em alguns
casos, como de mães amamentando cordeiros infectados, poderão ocorrer lesões no
úbere e proximidades. E nos casos mais graves, se estender para outras regiões
como olhos, narinas, espaços interdigitais e até coroas dos cascos. As lesões
no interior da boca do animal trazem como complicação a dificuldade de se
alimentar, e a ingestão de saliva com o vírus poderá disseminar as lesões para
o aparelho digestivo e pulmões, resultando em óbito.
O diagnóstico é basicamente clínico,
sendo necessária a diferenciação do ectima contagioso com outras doenças, tais
como: doenças vesiculares (aftas), febre aftosa do ovino (há elevação de
temperatura), e as erupções pustulentas comuns provocadas por estafilococos
(ocorrem exclusivamente em fêmeas durante as primeiras semanas que se seguem ao
parto).
Para
os autores, como medidas preventivas e de controle, se destacam a vacinação (que
confere imunidade por toda a vida do animal), especialmente nas fêmeas prenhes
antes e depois do parto, isolamento dos animais adquiridos por 2-3 semanas,
fornecimento de colostro aos recém-nascidos, limpeza e desinfecção das
instalações (fenol a 5%). Como não existe tratamento particular para a doença,
utiliza-se solução de permanganato de potássio a 3% ou solução de iodo a 10%
com glicerina nas lesões.
É importante ressaltar o cuidado dos
técnicos, tratadores e demais envolvidos no manejo de animais infectados, pois
como já dito anteriormente, a doença pode ser transmitida para humanos, manifestando-se
como uma erupção cutânea crônica, circunscrita, muito irritante, com tendência
à hiperplasia.
Artigo resenhado
:
PINHEIRO, R.Z; ALVES, F.S.F; ANDRIOLI, A. Enfermidades Infecciosas
de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos Econômicos, Prevenção e
Controle: Uma Revisão. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 01.
n. 01, p. 44 – 66, 2007
O artigo completo poderá ser encontrado no
link : https://www.researchgate.net/publication/277235469_Enfermidades_Infeciosas_de_Pequenos_Ruminantes_Epidemiologia_Impactos_Economicos_Prevencao_e_Controle_Uma_Revisao
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