quarta-feira, 11 de maio de 2016

Ectima Contagioso (Dermatite pustular contagiosa ou boqueira)

Por Juliana Izidoro Lucas

Nessa postagem será resenhada parte do artigo “Enfermidades Infecciosas de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos Econômicos, Prevenção e Controle: Uma Revisão”, que relata o Ectima Contagioso também conhecido como dermatite pustular contagiosa ou boqueira.
            A doença é causada por um DNA vírus da família Roxviridae do gênero Parapoxvírus, que acomete caprinos e ovinos, podendo afetar o homem, quando em contato com animais infectados. A faixa etária de animais com maior susceptibilidade está entre 3 a 6 meses de idade, porém já foram relatados casos de infecções em animais mais novos (10-12 dias) e animais adultos.
            De acordo com o trabalho, as principais formas de transmissão da enfermidade ocorrem através do contato direto ou indireto por objetos ou pastagens contaminadas, do animal com o agente causador, que pode permanecer infectante nestes locais de um ano para outro. Isso justifica novas ocorrências do ectima contagioso em algumas propriedades todos os anos. Um fator importante é a alta concentração de animais no mesmo lote, já que as crostas das feridas são infectantes, assim como a presença de animais em estado crônico da doença.
           Os sinais clínicos observados são lesões nas comissuras labiais, e nas faces extremas dos lábios. Em alguns casos, como de mães amamentando cordeiros infectados, poderão ocorrer lesões no úbere e proximidades. E nos casos mais graves, se estender para outras regiões como olhos, narinas, espaços interdigitais e até coroas dos cascos. As lesões no interior da boca do animal trazem como complicação a dificuldade de se alimentar, e a ingestão de saliva com o vírus poderá disseminar as lesões para o aparelho digestivo e pulmões, resultando em óbito.
            O diagnóstico é basicamente clínico, sendo necessária a diferenciação do ectima contagioso com outras doenças, tais como: doenças vesiculares (aftas), febre aftosa do ovino (há elevação de temperatura), e as erupções pustulentas comuns provocadas por estafilococos (ocorrem exclusivamente em fêmeas durante as primeiras semanas que se seguem ao parto).
Para os autores, como medidas preventivas e de controle, se destacam a vacinação (que confere imunidade por toda a vida do animal), especialmente nas fêmeas prenhes antes e depois do parto, isolamento dos animais adquiridos por 2-3 semanas, fornecimento de colostro aos recém-nascidos, limpeza e desinfecção das instalações (fenol a 5%). Como não existe tratamento particular para a doença, utiliza-se solução de permanganato de potássio a 3% ou solução de iodo a 10% com glicerina nas lesões.
           É importante ressaltar o cuidado dos técnicos, tratadores e demais envolvidos no manejo de animais infectados, pois como já dito anteriormente, a doença pode ser transmitida para humanos, manifestando-se como uma erupção cutânea crônica, circunscrita, muito irritante, com tendência à hiperplasia.

Artigo resenhado : 
PINHEIRO, R.Z;  ALVES, F.S.F; ANDRIOLI, A. Enfermidades Infecciosas de Pequenos Ruminantes: Epidemiologia, Impactos Econômicos, Prevenção e Controle: Uma Revisão. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 01. n. 01, p. 44 – 66, 2007


O artigo completo poderá ser encontrado no link : https://www.researchgate.net/publication/277235469_Enfermidades_Infeciosas_de_Pequenos_Ruminantes_Epidemiologia_Impactos_Economicos_Prevencao_e_Controle_Uma_Revisao



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