Por
Juliana Izidoro Lucas
Para falar de sanidade
na caprinocultura, assim como na ovinocultura, é importante ressaltar que
vários cuidados deverão ser tomados para evitar a entrada de doenças que trazem
concomitantemente a necessidade de descartar animais, gerando considerável prejuízo
econômico para os produtores. Nesta
resenha abordaremos um trabalho sobre a Artrite Encefalite Caprina (AEC), uma
enfermidade multissistêmica que gera queda na produtividade e perda de animais.
A artrite encefalite caprina (AEC), tem como agente
causador um retrovírus tipo C da família Lentivirinae, que infecta as
células do sistema monocítico fagocitário do animal, especialmente as que estão
localizadas no líquido sinovial, pulmões, sistema nervoso central e glândula
mamária, provocando, como reação do organismo, a produção de anticorpos pelos
linfócitos que estão associados aos macrófagos que foram infectados pelo vírus.
Essa reação é responsável pelo início das alterações inflamatórias crônicas
observadas posteriormente nos tecidos atingidos.
A doença tem
distribuição mundial, apresentando índices de infecção superiores aos de
animais com a doença clínica, e baixa letalidade. Assim, muitos animais são
infectados porém não desenvolvem os sintomas da doença. A transmissão ocorre
principalmente através da ingestão de leite e colostro das mães positivas,
pelos cabritos na amamentação. Também foram relatadas transmissões por contato,
venérea e por objetos contaminados, podendo esta última ser evitada simplesmente
pela assepsia dos instrumentos e utilização de agulhas descartáveis.
De acordo com o trabalho, a maioria dos animais
infectados não apresentam sinais clínicos, porém, dentro dos casos já relatos
se destacam a polissinovite-artrite de caprinos com 6 meses de idade e a
leucoencefalite em cabritos com 1 a 5
meses de idade. O diagnóstico pode ser feito através de testes sorológicos,
como imunodifusão em Agar gel e ELISA e da reação em cadeia de polimerase (PCR)
que pode diagnosticar precocemente presença de proteínas virais no leite,
sangue e amostras de tecidos.
Não foram relatados
tratamentos específicos para EAC, e a maioria dos animais que apresentam sinais
da doença é descartada pelas complicações consequentes, tais como claudicação,
decúbito, perda de peso e baixa produtividade. Para os autores, a prevenção da
doença com manejo sanitário adequado é a principal forma de controle da doença
no rebanho, pode ser realizada com testes sorológicos de rotina com eliminação
dos caprinos positivos, e separação dos cabritos das mães positivas, que devem
ser alimentados com colostro e leite pasteurizados.
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Fonte: http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/ |
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Fonte: http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/ |
Artigo resenhado:
SILVA, E.R.V; MENEZES,
A.T.; OLIVEIRA
FILHO, J.P. Artrite
Encefalite Caprina. Revista Científica Eletrônica de Medicina
Veterinária, v. 3, n.6, 2006.
O artigo pode
ser acessado na íntegra no link:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/o5H4KY3Uz2PBuWW_2013-5-20-15-39-34.pdf
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