quarta-feira, 20 de abril de 2016

Artrite Encefalite Caprina



Por Juliana Izidoro Lucas

Para falar de sanidade na caprinocultura, assim como na ovinocultura, é importante ressaltar que vários cuidados deverão ser tomados para evitar a entrada de doenças que trazem concomitantemente a necessidade de descartar animais, gerando considerável prejuízo econômico para os produtores.  Nesta resenha abordaremos um trabalho sobre a Artrite Encefalite Caprina (AEC), uma enfermidade multissistêmica que gera queda na produtividade e perda de animais.
A artrite encefalite caprina (AEC), tem como agente causador um retrovírus tipo C da família Lentivirinae, que infecta as células do sistema monocítico fagocitário do animal, especialmente as que estão localizadas no líquido sinovial, pulmões, sistema nervoso central e glândula mamária, provocando, como reação do organismo, a produção de anticorpos pelos linfócitos que estão associados aos macrófagos que foram infectados pelo vírus. Essa reação é responsável pelo início das alterações inflamatórias crônicas observadas posteriormente nos tecidos atingidos.
A doença tem distribuição mundial, apresentando índices de infecção superiores aos de animais com a doença clínica, e baixa letalidade. Assim, muitos animais são infectados porém não desenvolvem os sintomas da doença. A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de leite e colostro das mães positivas, pelos cabritos na amamentação. Também foram relatadas transmissões por contato, venérea e por objetos contaminados, podendo esta última ser evitada simplesmente pela assepsia dos instrumentos e utilização de agulhas descartáveis.
De acordo com o trabalho, a maioria dos animais infectados não apresentam sinais clínicos, porém, dentro dos casos já relatos se destacam a polissinovite-artrite de caprinos com 6 meses de idade e a leucoencefalite  em cabritos com 1 a 5 meses de idade. O diagnóstico pode ser feito através de testes sorológicos, como imunodifusão em Agar gel e ELISA e da reação em cadeia de polimerase (PCR) que pode diagnosticar precocemente presença de proteínas virais no leite, sangue e amostras de tecidos.
Não foram relatados tratamentos específicos para EAC, e a maioria dos animais que apresentam sinais da doença é descartada pelas complicações consequentes, tais como claudicação, decúbito, perda de peso e baixa produtividade. Para os autores, a prevenção da doença com manejo sanitário adequado é a principal forma de controle da doença no rebanho, pode ser realizada com testes sorológicos de rotina com eliminação dos caprinos positivos, e separação dos cabritos das mães positivas, que devem ser alimentados com colostro e leite pasteurizados.
Fonte: http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/

Fonte: http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/

Artigo resenhado:

SILVA, E.R.V; MENEZES, A.T.; OLIVEIRA FILHO, J.P. Artrite Encefalite Caprina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 3, n.6, 2006.


O artigo pode ser acessado na íntegra no link: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/o5H4KY3Uz2PBuWW_2013-5-20-15-39-34.pdf 

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