Por
Amanda Oliveira Moura
Quando
se trata de produção e reprodução de ovinos e caprinos, um fator extremamente
importante é a condição corporal (quantidade gordura e músculos no corpo, que
serve para calcular a reserva de energia acumulada no corpo dos animais) dos
mesmos, pois as matrizes com melhor condição têm melhor desempenho quanto à
taxa de prenhez, menos problemas na gestação e parto e melhor qualidade do
produto final gerado pelas crias. O artigo citado descreve como é utilizada a
condição corporal dos animais para maior eficiência reprodutiva, e é uma das
principais referências que temos sobre o assunto.
A
avaliação de condição corporal é dada em números de 0 a 5, que vai de muito
magro a muito gordo. Determinar esse valor é diferente em ovinos e caprinos em
alguns aspectos, pois além do visual (animal com ou sem ossos aparentes), há
também palpação em certas regiões do corpo. Em caprinos e ovinos deslanados
é preferencialmente adotada a palpação na região esternal do animal, e
em ovinos lanados a palpação na região lombar. Quanto mais macio ao toque, mais
próximo de 5 o escore corporal do animal, e quanto mais firme ao toque, menos
próximo de 5. Para a avaliação ser confiável, é interessante ser feita por mais
de uma pessoa e ter algum animal de referência a ser comparado com os outros do
rebanho.
Cada
fase do ciclo produtivo exige um escore corporal diferente, e é necessário saber
quando fazer essa avaliação. Alguns animais do rebanho podem representar os
demais, a avaliação de 10-20% dos mesmos já representa todo o plantel. Caso não
for possível fazer a avaliação mensalmente, pode-se utilizar momentos propícios
para analisar o escore corporal, como por exemplo em momentos de manejo já
feitos, como vacinação ou vermifugação. Matrizes geralmente têm sua condição
corporal avaliada antes da estação de monta, e no momento do parto, e em crias
no fim da engorda, para que sempre haja tempo de fazer ajustes nutricionais
antes do abate.
Seria
também vantajoso dividir os animais em 3 grupos: os que estão magros, para que
se possa fazer um manejo nutritivo mais rico e ideal para que esses animais
ganhem peso; os que estão quase no ideal mas ainda não o atingiram, para que se
tenha um manejo de modo que eles ganhem peso até chegarem ao ideal; e os que
estão no escore corporal ideal, para que se mantenha a condição corporal destes
animais.
É
sabido desde muito tempo que a nutrição das fêmeas está diretamente relacionada
com a ovulação, por exemplo, foi observado que ovelhas com melhor condição
corporal são mais propensas a parir gêmeos. Matrizes com bom escore corporal
possuem maior eficiência na estação de monta quanto à ovulação, emprenham mais,
apresentam menores taxas de aborto e maior taxa de parição quando comparadas à
animais com baixo escore. Pode também ser utilizada uma complementação da dieta
dos animais no período pré-monta, o chamado flushing (já abordado em outra
resenha aqui no blog, http://naporteira.blogspot.com.br/search/label/Flushing), para melhorar a condição corporal à monta e ocasionar
maiores taxas de prolificidade.
A
matriz com boa condição corporal no período pré-parto evita problemas no
momento da parição e depois, quando por exemplo a meta são duas gestações por
ano, se ela estiver muito abaixo do escore corporal desejado, ela deverá ter
mais tempo para recuperar sua condição antes de uma nova gestação. Influencia
também na produção e qualidade do leite que contribuirá para o bom
desenvolvimento da cria.
Concluímos
assim, que é necessário conhecer algumas técnicas eficientes de manejo e
nutrição para que haja um bom produto final, pois muitas coisas influenciam na
qualidade da carne obtida, e uma delas é um bom conhecimento de reprodução e
suas técnicas de melhor desempenho.
Artigo resenhado:
CEZAR, M.F.; SOUSA, W.H.
de. Avaliação e utilização da condição corporal como ferramenta de melhoria da
reprodução e produção de ovinos e caprinos de corte. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43, 2006. Anais...
SBZ: João Pessoa, 2006.
O trabalho pode ser
acessado na íntegra pelo link:
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/36070/1/AAC-Avaliacao-e-utilizacao-da.pdf
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